Estação meteorológica montada para o início da medição do conforto térmico numa habitação construída em cânhamo. Este conjunto alberga todos os sensores configurados para medir parâmetros climáticos considerados relevantes e a componente de medição interna.
Assim, a estação meteorológica é composta por um sensor de temperatura e humidade relativa exterior. A componente do sistema de medição interna alberga todos os sensores configurados para medir parâmetros relacionados com as características da ambiente interior considerada relevante para análise do conforto e comportamento do edifício, dois sensores de temperatura e humidade, um sensor de velocidade e direção do vento, uma sonda de glovo para medir calor radiante, um fluxímetro, quatro sensores de temperatura superficial, três termopares e um PT100.
A particularidade desta recolha está no uso da sonda de glovo, que torna possível determinar o parâmetro de calor radiante e comparar com a temperatura entre o ambiente, medindo desta forma o conforto térmico. É sabido da influência das assimetrias de temperatura das superfícies em comparação com a temperatura ambiente e radiação solar direta no conforto térmico dos ocupantes. Pretende-se também verificar as vantagens do ponto de vista do conforto em usar superfícies de cânhamo sem reboco.
Para além do conforto será medido o valor a resistência térmica da parede em betão de cânhamo e com isso comparar com o valor de cálculo.
No sentido de juntar dados da Verão e Outono as medições já decorrem desde Setembro de 2022.
Um agradecimento ao Professor Paulo Mendonça da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Minho, mentor na Spin off Naturamatéria.
A madeira do caule do cânhamo, após desfibragem mecânica, num processo pouco poluente e pouco consumidor de energia obtemos um granulado específico para ser utilizado como material para a construção de edifícios. Os granulados de cânhamo tem uma densidade muito baixa e com excelentes propriedades ao nível térmico e acústico. Em virtude da sua estrutura porosa são utlizados para a confeção de argamassas e betão de cânhamo isolante (BCI).
Estes granulados devem ter propriedades específicas, relativamente ao tamanho, forma e características, para serem usadas em betões. Os que não satisfaçam os critérios a seguir referidos não devem ser usados na construção com cânhamo.
O BCI trata-se de uma mistura seca à base de ligantes aéreos e/ou hidráulicos, granulado de cânhamo e alguns aditivos que lhe conferem características específicas. As suas propriedades isolantes e acústicas permitem que seja aplicado como material isolamento em paredes, coberturas e pisos.
Em termos ambientais o cânhamo e cal permitem um balanço negativo de CO2 permitindo contruir com “Carbono Zero”. Em comparação com o Betão convencional, a quantidade de energia incorporada é de 30 vezes inferior e o balanço em relação às emissões de carbono é negativa, cerca de -190 kg.CO2eq/m3, sendo 280 kg.CO2eq/m3 para o betão convencional.
Para além da vantagem ambiental e das múltiplas aplicações, o BCI possui uma alta permeabilidade ao vapor (Higroscópico), autorregulação passiva de temperatura e humidade, pode ser usado em aplicações de carga com uma estrutura integrada de madeira, aço ou betão armado, apresentando baixa densidade, resistência ao fogo, conforto e amortização de ruídos interiores e exteriores.
O BCI com uma densidade seca cerca de 300 kg/m3 possui uma resistência à compressão superior a 200 KPa e uma condutibilidade térmica cerca de 0.07 W/m.k Como exemplo, uma parede de 30 cm de espessura possui um coeficiente de condutividade térmica de cerca de 0.22 m2.k/W.
Cumpre desta forma os valores de referência de U para zonas climáticas de Portugal Continental, com um valor mais exigente de 0,3 m2.k/W para I3.
Para a durabilidade de construções com BCI este produto exige um conhecimento das matérias-primas e das suas propriedades, a quantidade ideal de água, condições e tempos de cura, tipo de subestrutura de suporte, proteções, etc.
Tradicionalmente os elementos de construção em betão de cânhamo são realizadas com apoio a cofragens laterais reutilizáveis com o espaçamento da espessura da parede. A preparação da parede e colocação do betão de cânhamo devem seguir os documentos técnicos aplicáveis.
Os blocos de betão de cânhamo isolante (BBCI) são fabricados com matéria-prima à base de ligantes aéreos e/ou hidráulicos, granulado de cânhamo e alguns aditivos que lhe conferem características específicas. Possui propriedades isolantes térmicas e acústicas para que possa ser aplicado como material isolamento para paredes, cobertura e pavimentos.
Para além da vantagem ambiental e das múltiplas aplicações o BBCI possui uma alta permeabilidade ao vapor (Higroscópico), autorregulação passiva de temperatura e humidade, pode ser usado em aplicações de carga com uma estrutura integrada de madeira, aço ou betão armado, qpresentando baixa densidade, resistência ao fogo, conforto e amortização de ruídos interiores e exteriores.
As diferentes espessuras de blocos tornam possível atender às diversas necessidades e desafios de regulação e conforto térmico, tipicamente com espessuras superiores a 200 mm (ver Produtos).
Trata-se de um sistema de parede de alvenaria simples com junta de assentamento fina sem necessidade de isolamento térmico e acústico extra.
A montagem do sistema construtivo de BBCI é em tudo semelhante à construção tradicional de alvenaria de blocos. Não acrescentando por isso dificuldade extra na execução, no entanto, deverá ter-se em atenção as boas regras práticas.
Uma parede executada em blocos de betão leve pode receber qualquer tipo de revestimentos interiores, tradicionais ou de projeção, à base de gesso ou cal ou ambos. No caso de revestimentos exteriores as exigências são maiores devendo a argamassa atender a requisitos mecânicos mais exigentes e um bom comportamento á água.
Saiba que em Portugal já são produzidos BBCI que a Natura Matéria colaborou para o seu desenvolvimento fazendo parte da nossa lista de produtos comercializáveis.
Esta técnica construtiva refere-se ao método de compactar, por camadas sucessivas, solo humedecido entre taipais ou cofragem, podendo-se descofrar logo que se termine a compactação da última camada. Em Portugal esta técnica era bastante utilizada no Alentejo e por isso também é conhecida como “taipa alentejana”.
Atualmente, a compactação é realizada através de um compactador pneumático o que proporciona maior rapidez de execução do que a taipa tradicional.
As paredes de taipa podem ser resistentes ou não resistentes, caso se opte por utilizar uma estrutura em outro material, como o betão ou a madeira. Além disso, estas paredes podem ser reforçadas com bambu ou mesmo o aço, um pouco à semelhança do betão armado.
A terra, pelas suas vantagens em termos de salubridade e respeito pelo ambiente, tem sido o material eleito na bio-arquitetura ou bio-construção realizada, quer por arquitetos, quer por auto-construtores.
Com a taipa também é possível aproveitar as cores e texturas naturais da terra, o que proporciona efeitos estéticos bastante interessantes. Talvez por isso, têm sido atribuídos prémios de arquitetura a projetos em taipa e tem sido uma técnica utilizada por arquitetos de renome. São exemplo disso os seguintes projetos:
- Projetos finalistas do Terra Awards de 2016.1 http://terra-award.org/finalists/
- O Centro de Monitorização da ETAR de Évora, distinguido com um dos 40 edifícios representativos da arquitectura em terra na Europa, no âmbito do prémio “Outstanding Earthen Architecture in Europe 2011”, da autoria do arquitecto João Alberto Correia.2 https://www.apda.pt/pt/noticia/1154/etar-de-evora-ganha-premio-europeu-de-arquitectura/
- O Centro de Cirurgia Infantil de Emergência no Uganda do arquiteto Renzo Piano. Arquiteto de referência em construção sustentável que já recebeu diversos prémios importantes, como o Prêmio Pritzker (1998).3 https://www.archdaily.com/914606/renzo-piano-designs-emergency-hospital-in-uganda-with-rammed-earth-walls
Benefícios 4
A construção em terra tem o benefício de proporcionar, simultaneamente, o controlo da temperatura e da humidade no interior dos edifícios, o que mantém a presença de um ar interior salutar
Ao nível do comportamento térmico com à sua elevada inércia térmica é possível incluir soluções de arquitetura solar passiva, acumulando calor no interior durante o inverno.
Relativamente ao comportamento acústico, além do isolamento sonoro pela massa, também a textura rugosa do material terra permite que o som se disperse e não seja diretamente refletido como em superfícies lisas originando eco no compartimento.
Ausência de libertação de compostos orgânicos voláteis, conhecidos por COV, são químicos que se evaporam e circulam no ar (como o cheiro da tinta o verniz).
Proteção face a campos eletromagnéticos artificiais e permeância aos naturais.
Menor radioatividade face a alguns materiais de construção.
1 http://terra-award.org/finalists/
2 https://www.apda.pt/pt/noticia/1154/etar-de-evora-ganha-premio-europeu-de-arquitectura/
4 Eires R. “Construção em Terra: Desempenho melhorado com incorporação de biopolímeros“, Programa Doutoral em Engenharia Civil, 2012. http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/21010
O BTC ou bloco de terra comprimida permite construir de forma semelhante à alvenaria em tijolo comum, mas quando o BTC é intertravado ou interlocking permite assentar os blocos com menor uso de argamassa, podendo dispensar mesmo o seu uso nas juntas verticais. Este tipo de construção permite uma rápida execução, facilidade de montagem e uma diminuição dos resíduos de construção.
Em termos de estrutura do edifício, esta pode ser uma estrutura convencional, em betão ou madeira, ou ser incorporada no próprio bloco perfurado. O BTC, quando fabricado com perfurações, além de permitir o reforço da estrutura, também possibilita a passagem de tubagens para redes hidráulicas, de gás, de telecomunicações e de eletricidade, sem abertura de roços, minimizando assim a produção de resíduos durante a construção.
Esta solução construtiva apresenta os benefícios da construção em terra, tal como:
- Controlo da temperatura e da humidade no interior dos edifícios, o que mantém a presença de um ar interior salutar.
- Ao nível do comportamento térmico com à sua elevada inércia térmica é possível incluir soluções de arquitetura solar passiva, acumulando calor no interior durante o inverno.
- Relativamente ao comportamento acústico, além do isolamento sonoro pela massa, também a textura rugosa do material terra permite que o som se disperse e não seja diretamente refletido como em superfícies lisas originando eco no compartimento.
- Ausência de libertação de compostos orgânicos voláteis, conhecidos por COV, são químicos que se evaporam e circulam no ar (como o cheiro da tinta o verniz).
- Proteção face a campos eletromagnéticos artificiais e permeância aos naturais.
Adobe
O adobe é uma técnica de construção milenar e é à semelhança da taipa uma das técnicas vernaculares do nosso país, predominantemente na região centro.
Existiam essencialmente dois tipos de adobe, de cal e de palha.
Entre as técnicas da construção em terra é a menos utilizada na construção nova na atualidade. No entanto poderá ter vantagens em algumas situações, por exemplo, comparativamente ao BTC este exige menos industrialização e por isso também um menor custo e menor consumo de energia. Também é mais leve que o BTC e pode ser utilizado para fazer abobadas e cúpulas. Todavia, tem também algumas limitações, como ser menos regular e precisar de mais argamassa nas juntas e reboco, além de precisar de reforço estrutural em zonas sísmicas.
Esta solução construtiva apresenta os benefícios da construção em terra, tal como:
- Controlo da temperatura e da humidade no interior dos edifícios, o que mantém a presença de um ar interior salutar.
- Ao nível do comportamento térmico com à sua elevada inércia térmica é possível incluir soluções de arquitetura solar passiva, acumulando calor no interior durante o inverno.
- Relativamente ao comportamento acústico, além do isolamento sonoro pela massa, também a textura rugosa do material terra permite que o som se disperse e não seja diretamente refletido como em superfícies lisas originando eco no compartimento.
- Ausência de libertação de compostos orgânicos voláteis, conhecidos por COV, são químicos que se evaporam e circulam no ar (como o cheiro da tinta o verniz).
- Proteção face a campos eletromagnéticos artificiais e permeância aos naturais.